Lucro líquido do Bradesco cai 21,5% no 3º tri; inadimplência sobe

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Lucro líquido do Bradesco cai 21,5% no 3º tri; inadimplência sobe

BRADESCO2 - RJ - 17/06/2010 - BRADESCO/ARQUIVO - ECONOMIA OE JT - Agência do Bradesco em Copacabana na zona sul do Rio de Janeiro. Foto: PAULO VITOR/AGENCIA ESTADO/AE

Resultado inclui pela primeira vez os números do HSBC no Brasil

O Bradesco apresentou no terceiro trimestre do ano um lucro líquido de R$ 3,236 bilhões no terceiro trimestre, queda de 21,5% ante mesmo período de 2015. A queda decorre principalmente devido aos efeitos da incorporação do HSBC no Brasil. Já o resultado acumulado em 2016 até setembro foi de R$ 11,492 bilhões, recuo de 10,5%.

— Independente do lucro do trimestre apresentado, estamos em um período de transição, em que eventos extraordinários, como a provisão para devedores duvidosos excedente e o arrasto da carteira do HSBC tiveram efeito. A integração é um momento de passagem — disse o presidente da instituição, Luiz Carlos Trabuco.

A compra do HSBC no Brasil foi anunciada em agosto do ano passado, mas a incorporação oficial só ocorreu em junho deste ano e a migração da base de clientes, em 8 de outubro – e desde então os correntistas estão enfrentando algumas instabilidades nos canais de atendimento eletrônico. O executivo destacou que a incorporação no terceiro trimestre gerou o aumento de uma série despesas, mas que nos trimestres seguintes serão registrados ganhos de sinergia.

Ao considerar o resultado recorrente, que não inclui fatores extraordinários como a incorporação do HSBC, o lucro do Bradesco foi de R$ 4,462 bilhões no trimestre, recuo de 1,6% sobre um ano antes.

A carteira de crédito da instituição fechou setembro em R$ 521,77 bilhões, um aumento de 10% em 12 meses. Esse aumento, no entanto, decorre da entrada, no terceiro trimestre deste ano, das operações que eram do HSBC. Sem esse feito, a carteira do Bradesco seria de R$ 441,99 bilhões, recuo de 6,8% ante setembro de 2015.

PICO DA INADIMPLÊNCIA ESTÁ PRÓXIMO

O índice de inadimplência acima de 90 dias subiu para 5,35% no terceiro trimestre, ante 4,6% no trimestre anterior e 3,8% em igual etapa de 2015. Sem o HSBC, o índice teria chegado a 5,22%.

A avaliação é que o pico da inadimplência já está próximo, com a possibilidade de alguma alta no quarto trimestre, mas depois ocorrerá uma redução gradual ao longo de 2017, à medida que a economia se recupere. Já o spread (diferença entre a taxa de captação do banco e o que é efetivamente repassado aos clintes) devem cair também de forma gradual, à medida que a economia se recupere e o Banco Central reduz a taxa básica de juros.

— O Brasil parou de piorar. Já chegamos ao fundo de poço e vemos a saída. Já a recuperação dos preços dos ativos como câmbio, bolsa e juros, que antecipam esse processo de retomada — disse Trabuco, lembrando que embora a eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos possa causar alguma volatilidade, os maiores desafios do Brasil são internos, como a efetivação das reformas econômicas.

De julho a setembro, a despesa do Bradesco com provisão para perdas esperadas com calotes atingiu R$ 5,742 bilhões, aumento de 49,1% em 12 meses, número fortemente influenciado por maiores provisões para a carteira do HSBC. Trabuco explicou que essa alta ocorre porque no caso de alguns clientes que foram incorporados, a nota de crédito era melhor no HSBC, ao fazer a incorporação, foi utilizada o rating do Bradesco, pior, e por isso a necessidade de aumentar as provisões.

O banco teve rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido de 17,6% no período, queda de 3,1% sobre um ano antes.

Ana Paula Ribeiro

Fonte – O Globo

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