Desemprego recorde já afeta a saúde emocional dos trabalhadores

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Desemprego recorde já afeta a saúde emocional dos trabalhadores

Com uma taxa de desemprego de 11,8%, de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), registrada no último trimestre, o Brasil vive a sua pior crise no mercado de trabalho.

São cerca de 12 milhões de trabalhadores sem emprego com um tempo médio de oito meses para recolocação. Além dos efeitos evidentes nos orçamentos domésticos, o desemprego tem graves reflexos na saúde dos brasileiros.

Os principais riscos são as doenças emocionais que, sem o tratamento adequado, podem levar até ao suicídio.

“O impacto do desemprego na saúde emocional varia de pessoa para pessoa. O estresse físico e emocional é maior para quem tem filhos e vai enfrentar uma situação financeira mais difícil até conseguir um novo emprego. Isso pode causar depressão ou algo mais grave”, disse o doutor Paulo Olzon Monteiro da Silva, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Num quadro como este, segundo Silva, o desemprego pode desencadear pressão alta, diabetes, enfarte e câncer, se houver predisposição.

Por outro lado, algumas das alterações de comportamento geradas pelo desemprego são consideradas normais. “Uma irritação eventual e ficar triste são reações normais, assim como um pouco de ansiedade e autoestima baixa. Mas é preciso ficar atento para que não vire uma bola de nve, com pensamentos derrotistas e isolamento social cada vez mais frequentes”, disse a psicóloga Miriam Barros, da PUC (Pontifícia Universidade Católica), especialista em terapia familiar e psicodrama.

A depressão pode ser causada por motivos externos, como o desemprego, e desenvolver alterações físicas como a queda de cabelo, insônia ou sono em execesso e ganho ou redução de peso. “Não dormir muitas noites seguidas, fugir do convívio social são indicativos de algum problema”, disse Miriam.

Precauções
Para quem está desempregado é possível manter a saúde emocional equilibrada sem gastar dinheiro. Segundo o especialista em inteligência emocional Rodrigo Fonseca, uma rotina simples com atividade física, exercícios de respiração regulares e meditação contribuem para reduzir os efeitos nocivos do desemprego.

“O excesso de estresses mexe com o PH do sangue, o desemprego abala a saúde emocional, principalmente por conta do medo. Por isso é importante a atividade física que ajuda a liberar a adrenalina. Os exercícios de respiração, de dois a três minutos, ajuda a controlar a emoção, assim como a meditação. Essas são soluções gratuitas e indicadas para qualquer pessoa”, disse.

De acordo com a especialista Mirriam, fazer uma terapia, disponível nos serviços públicos de saúde, também contribuiu para a melhorar a saúde do desempregado e ajuda a superar a fase difícil. “A terapia com um psicólogo estimula uma postura positiva de olhar para frente e seguir lutando. Muitas pessoas ainda têm o preconceito de que fazer uma terapia é ruim, que dificulta ainda mais a condição de desempregado, mas é o oposto disso. Ela ajuda a viver cada dia e fazer o melhor possível, é um apoio muito importante”, disse.

Mirriam também reforça que é importante evitar a automedicação ou tratamentos encontrados na internet. “É perigoso mexer com a neuroquímica do cérebro, os medicamentos têm efeitos colaterais e é obrigatório sempre o acompanhamento de um médico”, disse.
Juca Guimarães, do R7

Fonte – R7

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