
Governo federal teme falência da UNIMED em todo Brasil
23 de agosto de 2016
Incorporadora quer que banco antecipe financiamento de cliente
24 de agosto de 2016O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) completa, em crise, meio século de existência. O fundo surgiu em 1966 como um sistema de poupança dos trabalhadores em substituição ao sistema então vigente de estabilidade no emprego após 10 anos. Com um patrimônio total de R$ 457,6 bilhões e 141 milhões de contas, se tornou uma fonte de recursos abundantes para financiamento.
Por isso, tem sido um dos alvos preferidos de diferentes tipos de corrupção: desde as pedaladas fiscais, quando o dinheiro foi parar no caixa do Tesouro Nacional para reduzir o rombo das contas públicas, até suspeitas de desvios diretamente para o bolso de políticos. Investigam-se suspeitas de que o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tenha recebido mais de R$ 16 milhões em propinas de grandes empresas que buscavam financiamento do fundo de investimento que usa recursos do FGTS (FI-FGTS).
O efeito mais perverso do prejuízo, porém, está do lado do trabalhador, que tem sofrido perdas maciças nos seus rendimentos ao longo dos anos. A remuneração do FGTS é muito abaixo do mercado, não acompanha nem a inflação. São pagos anualmente 3% de juros mais a Taxa Referencial (TR). No ano passado, por exemplo, foi corrigido em 4,71% (3% de juros mais TR). A inflação das famílias que recebem até cinco salários, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou em 11,28%.
Mudança
Em 1999, o Banco Central (BC) mudou o cálculo de correção da TR e começou a aplicar um redutor, o que diminuiu os rendimentos. Desde então, as contas do FGTS acumulam perdas para a inflação. Teriam de ser corrigidas em 139,41% para se igualar à inflação. Isso significa que, se o INPC fosse aplicado para corrigir os saldos das contas do trabalhador, o governo teria que ter depositado mais R$ 334,3 bilhões. Com o saldo desidratado, as empresas, por sua vez, também economizaram, nesse mesmo período, cerca de R$ 85 bilhões com o pagamento dos 40% de multa nos casos de demissão sem justa causa.
FONTE – Correio Braziliense