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17 de abril de 2018Caixa reduz taxas, permitindo que mutuários deixem de gastar mais de R$ 100 mil, dependendo da faixa de preço. Condições facilitadas para financiar imóveis. A Caixa Econômica Federal reduziu as taxas de juros do crédito imobiliário e aumentou o percentual de financiamento do valor dos imóveis. Com as novas condições, o banco garante economia superior a R$ 100 mil, conforme a faixa de preço do bem adquirido. A medida, em vigor desde ontem, pretende aquecer a cadeia produtiva da construção civil, com a injeção de R$ 82,1 bilhões em recursos para financial habitacional. No entanto, isso não deve eliminar uma boa pesquisa dos encargos oferecidos pelos bancos concorrentes.
Segundo a projeção do banco, uma pessoa que contrair financiamento da casa própria no valor de R$ 300 mil, no prazo de 30 anos, vai economizar cerca de R$ 50 mil com as novas taxas. Proprietários de imóveis residenciais na faixa dos R$ 450 mil, financiados no mesmo prazo, podem deixar de gastar R$ 75 mil. Já os financiamentos de bens com valor superior a R$ 800 mil vão poupar cerca de R$ 135 mil.
A Caixa também mudou o limite de cota de financiamento do imóvel usado, de 50% para, novamente, 70%. O limite para imóvel novo continua em 80% do valor da unidade. “A Caixa espera gerar emprego e renda e alavancar o setor da construção civil, que mais gera emprego no país”, afirma o superintendente da Caixa em Minas Gerais, Marcelo Bonfim. As novas condições não valem para quem já contraiu empréstimo.
Desde o início da crise, a Caixa vem mudando as regras para financiamento imobiliário, perdendo a competitividade na comparação com outras instituições financeiras. A última redução ocorreu em novembro de 2016, quando as taxas mínimas passaram de 11,22% para 9,75% ao ano para imóveis financiados pelo SFH, e de 12,5% para 10,75% ao ano para imóveis do SFI.
Reação
O mercado imobiliário reagiu positivamente às mudanças. De acordo com a presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi), Cássia Ximenes, elas chegam num momento muito propício para o mercado. “As pessoas estavam com medo de contrair a dívida, de assumir um financiamento diante da possibilidade de desemprego iminente”, afirma.
Com tantas mudanças pelo banco nos últimos anos, Cássia recomenda que clientes aproveitem as taxas, mas pesquisem. “O consumidor deve comparar com outros bancos e, se tiver condição, aproveitar essa janela de oportunidade, pois não sabemos a durabilidade dela”, reforça. Segundo o superintendente da Caixa, a intenção é manter por um bom tempo essas taxas.
O economista e coordenador sindical do Sindicato da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Daniel Furletti, destaca que as medidas impactam positivamente o setor. A indústria enfrentou retração de 5% no ano passado e, para 2018, espera crescimento na casa dos 2%, abaixo do Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto da produção de bens e serviços do país), de 2,7%. “Daqui a uns dois meses conseguiremos sentir como isso vai interferir no estoque de imóveis e nos números”, diz. Furletti avalia que a medida vai favorecer lançamentos imobiliários em 2018, considerando também o estoque em baixa.
FGTS liberado
O presidente Michel Temer assinou ontem decreto que permite o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por trabalhadores com deficiência para a compra de órteses e próteses. O decreto será publicado no Diário Oficial da União (DOU) de hoje. Pela medida, é considerado trabalhador com deficiência “aquele que tem impedimento de longo prazo de natureza física ou sensorial” ou que tenha impedimento “que produza efeitos pelo prazo mínimo de dois anos.”
Como fica
Quanto o consumidor pode economizar com as novas taxas da Caixa para a casa própria*
Valor do imóvel Economia
Imóveis de R$ 300 mil R$ 50 mil
Imóveis de R$ 450 mil R$ 75 mil
Imóveis de R$ 800 mil R$ 135 mil
*considerando financiamentos de imóveis residenciais no prazo de 30 anos
Fonte: Caixa Econômica / Correio Braziliense